29.5.09

ABC bem interpretado


Na revista Tupigrafia (imagens da revista podem ser vistas neste endereço), foi publicado este texto do Millôr Fernandes. O texto é muito interessante e mostra a interpretação bem-humorada do Millôr sobre as letras do alfabeto.

Aí, o designer Doug Leonardo, gostou tanto do texto que resolveu dar uma interpretação gráfica para ele. O resultado você vê na imagem.

Abecedário

O A é uma letra com sótão.
Chove sempre um pouco sobre o à craseado.
O B é um l que se apaixonou pelo 3.
O b minúsculo é uma letra grávida.
Ao c só lhe resta uma saída.
o ç cedilha, esse jamais tira a gravata.
D é um berimbau bíblico.
O e minúsculo é uma letra esteatopígia (esteatopígia, ensino aos mais atrasadinhos, é uma pessoa que tem certa parte do corpo que fica atrás e embaixo, muito feia).
O E ri-se eternamente das outras letras.
O F, com seu chapéu desabado sobre os olhos, é um gângster à espera de oportunidade.
O f minúsculo é um poste antigo.
A pontinha do G é que lhe dá esse ar desdenhoso.
O g minúsculo é uma serpente de faquir.
O H é uma letra duplex. A parte de cima é muda. Serve também como escada para as outras letras galgarem sentido.
O h minúsculo é um dinossauro.
O I maiúsculo é guarda, em seu porte de letra, um pouco de número I romano.
O i minúsculo é um bilboquê.
O J, com seu gancho de pirata, rouba às vezes o lugar do g.
O j minúsculo é uma foca brincando com sua bolinha.
Vê-se nitidamente: o K é uma letra inacabada. Por enquanto só tem andaimes. Parece que vão fazer um R.
Junto com o k minúsculo o K maiúsculo treina passo-a-passo.
O L maiúsculo parece um l que extraíram com raiz e tudo.
Mas o l minúsculo não consegue disfarçar que é um número 1 espionando o alfabeto.
O M maiúsculo é um gráfico de uma firma instável.
O m minúsculo é uma cadeia de montanhas.
O N é um M perneta.
No n minúsculo pode-se jogar críquete com a bolinha do o.
O O maiúsculo é um buraquinho no alfabeto.
O p é um d plantando bananeira.
O Q maiúsculo anda sempre com o laço do sapato solto.
O q minúsculo é um p se olhando de costas no espelho.
O R ficou assim de tanto praticar halterofilismo.
Sente-se que o s é um cifrão fracassado.
O S maiúsculo é um cisne orgulhoso.
Na balança do T se faz jusTiça.
O U é a ferradura do alfabeto, protegendo o galope das ideias.
O u minúsculo é um n com as patinhas pro ar.
O v é uma ponta de lança.
O x é uma encruzilhada.
O Y é a taça onde bebem as outras letras. Desapareceu do alfabeto porque se entregou covardemente, de braços para cima.
O W são vês siameses.
O Z é um caminho mais curto entre dois bares.
O z minúsculo é um s cubista.


Fonte: Invertido

28.5.09

Bichinho de bolacha




Quem já teve de lidar com design de embalagens já trabalhou com "facas". Elas são plantas técnicas da embalagem. Possuem marcações (linhas cheias, tracejadas, etc) que mostram onde serão feitos os cortes, os vincos, dobras, encaixes, colagens, sentido de impressão, etc. Na verdade, quem já brincou com bonecas de papelão ou dinossauros de madeira, sabe o que é isso.

Essa é a primeira vez que vemos facas para bolachas (ou biscoitos, se você preferir). No site Design Sponge, existe uma receita de bolacha salgada que vem com moldes de perninhas, orelhinhas e corpo. Os moldes devem ser feitos em papel e depois colocados em cima da massa que deverá ser recortada com uma faca em afiada.

Depois de assar, é só pegar as peças e encaixar nos locais adequados. Você consegue uma linda ovelha em 3D que pode ser comida com sopas, manteiga, etc. Resta saber se depois de tanto trabalho, existirá coragem para fazer isso.

27.5.09

Embalagem de tênis com som


Esta embalagem é antiga, mas ela merece ser mencionada neste blog. Isto porque ela explora um sentido não muito utilizado no universo da embalagens: a audição. As embalagens são visuais, algumas vezes táteis, outras vezes exploram aromas, mas raramente emitem sons.

Neste projeto especial, a empresa Nike, queria estimular o uso de tênis infantis especiais para a prática de futebol. A agência Publicis de Singapura, desenvolveu um número limitado de caixas de sapatos que possui internamente uma imagem impressa de um estádio de futebol. Junto nesta impressão, foi colocado um chip sonoro. Assim, quando se abria a embalagem do tênis, podia-se ouvir uma multidão gritando, como num estádio real.

É claro que a solução do chip sonoro é cara. Mas a sensação do consumidor ao abrir a caixa deve valer cada centavo (o boca-a-boca gerado pela inovação também). Não é a toa que a embalagem foi premida com um Leão em Cannes.

Fonte: Got Ads

26.5.09

Design com bambu e folhas secas





A exposição "Design Brasileiro Hoje: Fronteiras", que está acontecendo no MAM (Parque do Ibirapuera, portão 3), com curadoria de Adélia Borges, e vai até dia 28 de junho, tem muita coisa bacana para se ver. Destacamos dois trabalhos interessantes, ambos feitos com materiais vindos direto da natureza.

Um deles é o cabide de Bambu, de autoria de Takeshi Sumi. Com uma forma limpa e delicada, o cabide é composto por duas peças que são conectadas por encaixe, não havendo a necessidade da utilização de nenhum outro elemento de fixação das peças. Este cabide foi premiado no 22º Prêmio de Design do Museu da Casa Brasileira, em primeiro lugar na categoria de Utensílios.

Outro é o convite de divulgação do workshop "Designing Naturally", de Fred Gelli. O suporte são folhas secas caídas das árvores que recebem inscrições por meio de corte a laser, o que evita o uso de tintas e garante riqueza de detalhes. Após o uso, os delicados convites podem ser jogados fora sem agredir o meio ambiente.

Visitas valem a pena e devem ser feitas de terça a domingo, das 10 às 17:30h. O preço da entrada é R$5,00. Estudantes pagam metade.

25.5.09

Redesign de embalagens marca própria




A marca Great Value do supermercado Wal-Mart, o maior varejista do mundo, está lançando um novo design para sua linha de produtos marca própria nos Estados Unidos. O resultado que abrange um quantidade e variedade enorme de itens poderá ser visto nas prateleiras no final deste mês.

O varejista tinha como objetivo, criar um design mais consistente que fosse reconhecido rapidamente por toda a loja. Dessa maneira os consumidores mais facilmente encontrariam (e comprariam) seus produtos Great Value favoritos. As informações nutricionais estão mais claras, as fotografias mais apetitosas e, sempre que possível, há economia no uso do material empregado nas embalagens.


Existem alguns comentários negativos a respeito da solução visual empregada nesta marca própria. Mas uma coisa não se pode negar, se compararmos as novas embalagens com as antigas (imagem ao lado), podemos ver agora uma unidade muito maior. A composição, as cores, as fotos, os tipos, a cor de fundo, todos os elementos falam a mesma língua. Sempre. Em cada uma das embalagens pode-se ver a identidade da linha inteira.

Fonte: My private brand

22.5.09

Cartão de visitas de bexiga





As bexigas de borracha são realmente versáteis. Além de enfeitarem festas de aniversário, ebalarem tofu e pudim japoneses (como mostrado no post passado) elas também podem ser ótimos cartões de visita. Quem diria?

É isso que se pode comprovar com a imagem acima. A bexiga é o cartão de visitas de um médico pneumologista indiano, Dr. Pramod Niphadkar. Pare ler os dados escritos na bexiga, a pessoa tem de insuflar o balão, fazendo assim exercício para seus pulmões. Além de criativo, a cartão é super coerente.

Nesta mesma linha de cartões de visitas, temos o cartão do personal trainer Poul Nielsen. Para ler suas informações, a pessoa é obrigada a esticar o cartão (feito de algum tipo de borracha).

A conclusão que se chega é de que o profissional deve ser realmente bom. Ele faz os outros sairem do sedentarismo antes mesmo de sua aula começar. Isso sim é um personal trainer.

Fonte: Webdesigner Depot

21.5.09

Embalagem japonesa para tofu





A imagem acima, acredite se quiser, é um exemplar japonês de embalagem para queijo tofu. Isso mesmo, o queijo vem em bolinhas embaladas dentro desse material flexível que mais parece uma bexiga de aniversário. Existe uma presilha de plástico que veda a entrada da bexiga. Esse "balão" deve ser estourado por uma palito ou outra coisa pontuda qualquer, e pronto: está aberta a embalagem.

O mesmo conceito foi utilizado por um fabricante de pudins. A embalagem é a mesma e funciona de maneira análoga. Depois de se estourar a bexiga, abre-se o pudim em forma de bolinha. As bexigas por sua vez, vêem em grupos de 3 numa embalagem cilíndrica transparente. Não dá pra saber se a calda está junto!

Deve-se ressaltar que o uso de tão pouco material é um ponto a favor dessas embalagens elásticas. A redução de materiais faz parte das preocupações para embalagens mais sustentáveis.

Fonte: PingMag

20.5.09

Design de embalagem infantil





Alimetos saudáveis como verduras e legumes geralmente não são bem-vindos pelas crianças. Como os pais podem vencer essa difícil tarefa de alimentar seus filhos com refeições nutritivas? Com paciência e alguma ajuda do design de embalagem.

Os alimentos infantis da marca inglesa Little Dish, são feitos com ingredientes frescos e naturais (testados contra pesticidas), sem adição de sal ou açúcar. Os pratos são desenvolvidos por nutricionistas especializados em crianças e ajudam no dia-a-dia dos pais que têm pouco tempo mas não abrem mão da saúde na refeição dos pequenos. Dessa forma a empresa pretende conquistar os pais.

Para conquistar as crianças a empresa investe nas embalagens. Todas elas formam uma linha unificada, com bastante diferenciação entre os sabores. Cada prato possui uma ilustração delicada e bem-humorada: Uma vaca se equilibrando num monociclo, um menino lendo um super livro, etc. Parecem personagens saídos de um livro infantil, cheios de sutileza e charme. A embalagem tem potencial para encantar tanto crianças quanto adultos, que são aqueles que compram o produto.

Fonte: Diseno Packaging

18.5.09

Design de garrafa de cerveja




Já que falamos de tequila, vinho, rum, que tal falarmos de cerveja? Pois é, olhando para o design da embalagem aí acima é difícil imaginar que se trata de uma garrafa de cerveja. Mas é a oriental Tiger Beer.

Ela foi criada por um grupo de design de Singapura chamado Momorobo como um projeto diferenciado da empresa de bebidas, chamado Tigger Translate. Neste projeto, a empresa convida artistas e designers para fazer pequenas séries de produtos com um apelo mais livre e ousado. No site existem vários outros exemplos, além desta garrafa.

A embalagem (com exceção do formato) não se parece em nada com as cervejas comuns que existem por aí. As cores, os desenhos, o fato de ser miniatura e vir numa caixa decorada com a mesma textura da garrafa, tudo é diferente nessa cerveja. Ela se inspira na fantasia que o mundo ocidental tem sobre o mundo oriental. E isto é justamente o que o Tigger Translate proporcina, uma plataforma de cultura cruzada unindo os dois mundos criativamente.

Fonte: Bold